Você já deve saber que a impressão 3D é uma das novidades tecnológicas mais fortes dos últimos anos, certo? E dentre as aplicações dessa novíssima tecnologia, as mais comuns na indústria da moda tem sido na fabricação de acessórios, tais como bolsas, capinhas para celular e joias impressas. A mais recente aplicação, porém, está na fabricação de roupas totalmente impressas.
O biquíni 3D (da grife N12), por exemplo, é composto por milhares de formas circulares, ligadas entre si por fios ultrafinos, que dão forma e flexibilidade à peça. O seu nome foi inspirado no material utilizado para sua confecção, o náilon 12, e o motivo da escolha é muito simples: o material é simultaneamente resistente, flexível e à prova de água, ou seja, mantém-se confortável mesmo quando molhado.
Para os amantes de sapatos, há ainda uma abundância de opções de modelos impressos, com saltos diversos e em qualquer cor, tamanho ou modelo. O designer finlandês Janne Kyttänen criou diferentes linhas de sapatos femininos, que podem ser baixadas gratuitamente e impressas em casa. Você pode escolher o tamanho dos modelos e personalizá-lo com alguns detalhes, antes de enviar o produto final para impressão.
Em 2011, os vestidos 3D da holandesa Iris van Herpen figuraram entre as 50 melhores invenções da revista americana Time. Em substituição à prancheta e tesoura, ela usou computadores e impressora para criar roupas, sapatos e acessórios.
Pensando em otimizar a indústria do vestuário e beneficiar o consumidor final, o designer industrial Joshua Harris percebeu o grau de desperdício que existe no ramo e pensou numa solução simples: um projeto de impressora que produz nada menos que roupas.
O sistema funcionaria da seguinte forma: o consumidor compraria os cartuchos – não exatamente os de tinta convencionais, mas de material específico. Além disso, o projeto prevê que roupas velhas possam ser usadas como material para a impressão de novas peças. Soa econômico e sustentável?
Os cartuchos poderiam ser comprados diretamente com os estilistas. E, na internet, o consumidor teria à disposição o molde a ser impresso, com as estampas e materiais específicos para cada modelo. Harris idealizou esse projeto tendo em mente o crescimento e as possíveis mudanças do planeta até 2050. Se sairá do papel ou não, somente o tempo poderá dizer.
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Por Keyla Ferreira, professora do Núcleo de Modelagem da Sigbol Fashion