Tudo começou na França, no século XVIII, com o rei Luís XIV que, por costume, usava calças, camisa, colete e um tipo de paletó feito com tecidos diferentes. Esse conjunto era usado como traje informal pelos homens. Podemos citar também a origem da fenda nas costa dos paletós: antigamente, com a tração animal do cavalo como meio de transporte comum, os costureiros e alfaiates implementaram a adaptação como uma abertura para acompanhar os movimentos do animal. O detalhe, entretanto, caiu nas graças masculinas e é utilizado até hoje. Por volta de 1860, os ternos foram padronizados, sendo confeccionados com o mesmo tecido, e seu corte foi modificado para dar mais leveza à peça.
Acredita-se que a gravata, parte integrante do paletó, tenha surgido na Roma da antiguidade, criada pela necessidade de se aquecer o pescoço. Reza a lenda também que o rei Luís XIV amarrou um pedaço de tecido em volta da gola do uniforme dos soldados, como um distintivo militar, e que o acessório também cairia assim no gosto dos homens da época.
Por volta do século XIX para XX, os ternos ganharam novos cortes e modelagens mais slim, com tecidos mais finos, tais como risca de giz, xadrez, lã, linho ou algodão.
Para quem não conhece, há diferença entre paletó e blazer: os paletós são conjuntos feitos com tecidos e cores iguais; já o blazer não precisa ter uma calça para acompanha-lo, pois trata-se de uma peça mais despojada, que pode ser usada junto com outros tecidos e padronagens.
Foram grandes as mudanças nos ternos, principalmente no uso por mulheres: ganharam um corte bem mais delicado e acinturado, mantendo a estrutura do poder que um blazer causa no look.
Hoje em dia, a vontade de saber fazer uma peça como essa vem conquistando adeptos desta arte, e cursos de modelagem sob medida e alfaiataria vem ganhando mais espaço, junto com o desejo de confeccionar suas próprias peças, com acabamento perfeito e aprendizagem de técnicas que deixem a peça bonita.
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Por Ana Paula Lopomo Amaral, professora do Núcleo de Modelagem da Sigbol Fashion